Atos vai controlar veículos nas fronteiras espanholas
A Atos assinou um contrato com a Guardia Civil em Espanha para ajudar no controlo fronteiriço de veículos, através do reconhecimento automático de matrículas.
Trata-se de uma nova versão do SIAM (Sistema Automático de Reconhecimento de Matrículas), que recorre à ferramenta Centinela (um programa desenvolvido pela marca Bull da Atos). O intuito da implementação é detetar em poucos segundos se qualquer viatura que passa a fronteira espanhola é roubada, utiliza matrículas falsas ou sofreu uma transformação suspeita como alteração da cor. Espanha faz fronteira com França e Andorra, além de Portugal.
“A introdução do SIAM representa um passo à frente na criação de um espaço sem fronteiras, mas com as devidas garantias para os cidadãos”, diz o diretor geral da Guardia Civil, Arsenio Fernández de Mesa, em comunicado. O contrato chega numa altura em que vários países da Europa estão a reforçar o controlo de fronteiras, devido ao aprofundar da crise da chegada de refugiados do Médio Oriente.
As fronteiras agora equipadas são as de Ceuta, Melilla e Línea de la Concepción, os portos de Barcelona, Alicante, Almería, Motril, Málaga, Algeciras, Tarifa, Cádiz, Ceuta e Puerto del Rosario, em Fuerteventura. No recinto portuário de Melilla, a polícia espanhola está a usar um sistema portátil.
A ferramenta recolhe, reconhece e analisa as matrículas captadas em vídeos, enviando depois os dados para os servidores locais e centrais da polícia espanhola. “O sistema de vídeo permite gravar com uma precisão de 98% as matrículas de veículos que viajam a uma velocidade até 180 km/h, independentemente da sua cor ou forma”, sublinha a Atos. Se houver alguma anomalia, é comunicada à polícia do posto fronteiriço em quatro segundos e a barreira permanece em baixo, não dando passagem ao veículo. O agente recebe os dados e as instruções correspondentes num aparelho móvel ligado por Wi-Fi.
Philippe Duluc, vice-presidente sénior dos Sistemas Críticos de Missão da Atos, salienta que já há cerca de dois mil quilómetros de fronteiras europeias com sistemas da empresa francesa.