Olá, Siri: assistentes digitais vão ser predominantes em 25% dos lares

Esta evolução ocorrerá nos países desenvolvidos, onde a abundância de smartphones será complementada por dispositivos domésticos como o Echo da Amazon e o novo Home da Google, que oferecem os seus próprios assistentes digitais.

“Num futuro não muito distante, os utilizadores já não terão de lidar com múltiplas aplicações. Ao invés disso, vão literalmente falar com os assistentes digitais pessoais, como Siri da Apple, Alexa da Amazon ou Google Assistant”, resume Mark O’Neill, diretor de pesquisa da Gartner. “Alguns destes assistentes pessoais baseiam-se na nuvem e já começaram a aproveitar a tecnologia de máquinas inteligentes.”

A consultora sublinha que os assistentes digitais mostram o potencial de satisfazerem necessidades e desejos oferecendo experiências que ligam serviços, configuram dispositivos e até encomendam e entregam produtos. Apresentam também informação personalizada e adaptada ao contexto, como sugestões para restaurantes perto de uma reunião que foi agendada.

“Os consumidores não querem lidar com aplicações proprietárias separadas para cada tipo de aparelho conectado nas suas casas”, sugere Mark O’Neill. O analista defende que o mais apelativo para os consumidores não são as aplicações individuais, mas as interações entre dispositivos, entre forencedores de serviços e fontes de dados externas. “Estas interações tornam possível criar, detetear e responder a momentos de negócio, que a Gartner define como oportunidades transitórioas que são exploradas de forma dinâmica usando tecnologia digital.”

Este é o mundo pós-aplicações, algo que muitos especialistas têm vindo a avisar. Os assistentes digitais vão dissolver as fronteiras entre elas e isso só será possível através de interfaces de programação (API), que a Gartner diz que irão transformar o lar numa “plataforma programável.”

Haverá novos ecossistemas – a Apple quer criar um com o HomeKit, a Samsung tem um Hub para o mesmo propósito – e isso transforma a casa num novo canal de negócio para serviços. Por exemplo,  os bancos podem ajudar os clientes a pagarem contas e a gerirem as finanças, através dos assistentes digitais por voz; seguradoras podem oferecer serviços com base na meteorologia e informação recolhida do termostato.

“Na casa programável que está a emergir, já não vale a pena dispender tempo e dinheiro no desenvolvimento de aplicações individuais”, considera O’Neill. “Em vez disso, os recursos devem ser desviados para APIs, que são a forma de abordar o mundo pós-apps.”

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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