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As empresas portuguesas e a sua estratégia na economia digital

Isto quando se estima que 50% dos portugueses vão comprar online em 2020. Exato, metade dos portugueses. E já em 2020. “Estar no mundo digital permite melhorar a satisfação dos nossos clientes e, logo, aumentar os nossos lucros, até porque baixa dramaticamente os preços de presença”, diz Manuel Lopes da Costa, country managing partner da BearingPoint.

Para se tomar qualquer tipo de decisão, muito mais neste mundo e economia que se apresenta e apregoa como digital, há que ir à procura de dados. De factos e informação que ajudem, consolidem e sustentem as decisões.

Mas o mundo, hoje, é radicalmente diferente, assim como o modo de o gerir. Não só ao mundo, mas às empresas, aos negócios. Tudo por “culpa” do tal digital. Senão vejamos: há 639 mil gigabytes de dados globais a serem transferidos por minuto. “É inacreditável a quantidade de informação que se move dentro da Internet”, diz Manuel Lopes da Costa.

A acrescer a tudo isto, acrescenta o executivo, todos nós alimentamos a internet de bom grado, sem sermos pagos. “E facilmente o fazemos”, disse este executivo em Aveiro numa conferência organizada pela semanário “Vida Económica”.

“Se na rua nos pedirem três euros, não damos. Mas se alguém me vier pedir uma informação relativamente a mim próprio, eu dou. De forma gratuita. É inacreditável.”

Alguns dados curiosos: no que diz respeito a Portugal, 94% dos utilizadores de redes sociais tem conta no Facebook, 34% no Google+ e 30% no Linkedin. E, mais significativo ainda, na Europa, 90% da receita de publicidade está a ser canalizada para todos estes meios digitais. Ou seja, os meios de comunicação, chamemos-lhes, tradicionais, lutam por apenas 10% do orçamento disponíveis. E aqui, a empresa Google, através de todos os seus produtos, é aquela que tem direito à maior fatia dos 90%.

“São negócios extraordinários”. Ajuda a compreender este investimento em publicidade se pensarmos que 40% dos portugueses estão online, logo sendo potenciais consumidores. Um número que, de resto, é muito superior se considerarmos o mundo ocidental. Uns impressionantes 85% da população do mundo ocidental está efetivamente online. “Isto veio alterar as regras de jogo”.

Ou seja, há que preparar o negócio para todo este novo mundo. Sobretudo para a nova geração que não teve de se adaptar a esta realidade. Simplesmente já nasceu dentro dela.

“Não é possível hoje viver sem os smartphones. E a partir dos 12 ou 13 anos começa mesmo a ser um fator de aceitação social. E não são uns telemóveis quaisquer. Porque vão ficar com o último que os pais tiveram. Só que o ritmo de troca de tecnologia está em dois anos. Ou seja, os miúdos têm tecnologia altamente atualizada nas mãos. Têm smartphones e tablets. E o verdadeiramente importante em tudo isto é que estes são os nossos consumidores em poucos anos”.

Mas o que podemos fazer hoje para tirar partido desta tecnologia? Há uma coisa da qual Manuel Lopes da Costa tem a certeza. A Internet das Coisas veio para ficar. E vai permitir que tudo fale com tudo.

Que um objeto comunique com a empresa que o construiu e explique de que forma está a ser utilizado. E assim, a próxima geração desse objeto vai ser construído à medida perfeita dos utilizadores. Da necessidade do cliente que o uso. O que é poderosíssimo, diz Manuel Lopes da Costa. “Até agora, não conseguíamos fazer isso por uma questão de tecnologia, mas isso já foi ultrapassado. Vamos ter internet a 5G, que vai permitir um maior fluxo de informação a correr e, sobretudo, vamos ter um novo protocolo de internet. E se o anterior só permitia os 4 mil milhões de registos, o novo IPV6, que já está implementado, vai permitir que cada pedra do planeta tenha um endereço de IP. E por isso pode estar ligada à net. E, logo, comunicar”.

E aqui o limite é, apenas, a imaginação. Se é que a imaginação consegue lá chegar. “E vamos com toda a certeza ver camas do hospital a ‘falar’, a dizer como é que o doente se virou, o que fazer para não ter escaras… E toda essa informação rolará na net”. O que irá colocar dois grandes problemas: armazenamento de dados, a segurança dessa mesma informação e como aceder a ela.

Agora, resta saber como vão as empresas portuguesa aproveitar todo este maravilhoso mundo para adaptar os seus negócios. Isto quando se estima que 50% dos portugueses vão comprar online em 2020. Metade dos portugueses. “Estar no mundo digital permite melhorar a satisfação dos nossos clientes e, logo, aumentar os nossos lucros, até porque baixa dramaticamente os preços de presença”.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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