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Armando Almeida quer PT Portugal “mais simples”

Na noite em que passaram 109 dias desde que Armando Almeida assumiu os destinos da PT Portugal, o Presidente Executivo da empresa apresentou o plano da PT para promover o desenvolvimento empresarial português.

Coube ao CEO da PT encerrar o ciclo de debates organizados pela APDC em 2014, que já contou com Mário Vaz, da Vodafone Portugal, Francisco de Lacerda, dos CTT e, no debate mais recente, Miguel Almeida, da NOS.

Numa altura em que o destino da PT Portugal é incerto, Armando Almeida começou a sua intervenção por um breve contexto da situação atual das Telcos e dos principais desafios para o futuro, antes de apresentar o plano da PT enquanto promotora do desenvolvimento empresarial português. “As mudanças que acontecem no mundo da tecnologia surgem vertiginosamente”, explicou, enquanto afirmava que o desafio das Telcos é exatamente saber como responder a essas mudanças. É preciso que as operadoras de telecomunicações “se movimentem para fora da área de atuação, para um espaço que não é natural”, é preciso “uma mudança de ADN”, reforçada por uma rede de parceiros.

Apesar de ver a PT Portugal enquanto uma empresa líder de mercado, Armando Almeida realçou que a “liderança também se perde”. Para o CEO, a empresa precisa de estar no “sweet spot”, um lugar onde se cruzam as características de um operador convergente e as soluções digitais integradas.

E a PT Portugal quer assumir-se enquanto um operador convergente também através do apoio às PME, como exemplifica a mais recente solução para empresas da marca. Os objetivos para o futuro passam ainda por atrair mais clientes para a cloud e para os data centers. Armando Almeida destacou que é preciso “trabalhar com clientes internacionais, principalmente do sul da Europa”, para além de atrair mais empresas portuguesas para a cloud. Para o presidente executivo da PT Portugal, há uma entidade que precisa de se virar rapidamente para a cloud: a Administração Pública.

O plano da PT Portugal enquanto promotora para o desenvolvimento passará, em grande parte, pela inovação. Destacando que é um plano a “longo prazo”, a ambição é que, através da oferta digital da empresa, as PME possam começar a entrar lentamente na Economia Digital.

E é aí que entra o conceito de academia digital, que quer dar oportunidade às empresas de consolidarem a sua presença digital, garantindo que as potencialidades são aproveitadas ao máximo.

Mas existe ainda o projeto de figuras que possam dar um apoio de proximidade às empresas, a chamada rede de Consultores Digitais PT. A ideia é colmatar as dificuldades financeiras de algumas empresas, que não conseguem ter um consultor de TI, por falta de disponibiliddade económica. O programa será composto por profissionais com formação específica na área das TI.

Após a apresentação do plano, chegou a hora do debate, conduzido por Alexandra Machado, jornalista do Jornal de Negócios, e Pedro Santos Guerreiro, do Expresso. Para quem esperava que Armando Almeida falasse sobre a venda da PT Portugal, o CEO foi parco em palavras: “não posso falar sobre isso.”

Apesar de admitir que é impossível que “uma empresa de onze mil pessoas pare”, reconhece que é preciso uma “nova cultura organizacional”, em que a PT Portugal se torne mais ágil, competitiva e que não aceite perder negócios. O CEO disse que a PT precisa de ter menos gente: “a empresa tem gestores a mais, vamos fazer o delayering”, afirmando que é preciso que a empresa seja mais simples. Ainda assim, disse que percebe o receio dos colaboradores em relação ao futuro: “a parte da motivação é importante, mas é difícil.”

Quando questionado sobre se a empresa que gere tem um problema reputacional, nomeadamente a nível de promiscuidade com o Estado, gracejou “a palavra prosmicuidade é mau, não é?” Reconhecendo que o Estado é “um grande comprador e muito importante na Economia Digital”, afirmou também que é preciso que a relação entre a PT Portugal e o Estado seja feita de “uma maneira transparente.”

Cátia Rocha

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