Apple vai reforçar investimento no difícil mercado chinês
A Apple prepara-se para aumentar o seu investimento na China, numa altura em que a concorrência está mais forte e o crescimento do mercado abrandou significativamente. A tecnológica vai também construir o seu primeiro centro de investigação e desenvolvimento da região Ásia-Pacífico na China.
As novidades foram anunciadas por Tim Cook, CEO da Apple, que se encontra no país. De acordo com a televisão estatal, o executivo reuniu-se com o vice primeiro ministro Zhang Gaoli e indicou que este centro de I&D será construído até ao final do ano. Gaoli é um dos executivos governamentais mais séniores.
Os planos da Apple são revelados num momento complicado para a marca da maçã naquele mercado; não só a procura pelos seus produtos caiu, como o governo chinês tomou algumas medidas negativas contra a companhia – suspendendo as lojas de livros e filmes associadas ao iTunes. As vendas caíram cerca de um terço no terceiro trimestre fiscal da Apple, findo em junho, contribuindo bastante para os números menos positivos da empresa (no ano passado, as vendas na China tinham duplicado). Além disso, a marca perdeu algumas disputas de propriedade intelectual no país, e existe um certo sentimento anti-EUA que pode afetar a decisão de compra dos consumidores.
A Reuters indica que esta é a segunda viagem de Tim Cook à China em cerca de quatro meses. Em maio, o regulador chinês da indústria e tecnologia disse ao CEO que gostaria que a Apple aprofundasse a sua cooperação com o país na área de I&D e segurança de informação. Por essa altura, já a empresa tinha anunciado um negócio de mil milhões de dólares com a aplicação tipo Uber Didi Chuxing.
A Reuters lembra que já houve outras tecnológicas a seguirem o mesmo modelo – reforçar o investimento quando as coisas não correm bem na China, como a Microsoft e a Qualcomm. No entanto, nem sempre os resultados foram os esperados.