Apenas 50% das empresas têm departamentos de comunicação digital
A comunicação empresarial através do mundo online tem vindo a adquirir cada vez mais relevância, em grande medida devido ao avanço da internet e das redes sociais que estão a revolucionar a forma como as organizações encaram o diálogo com os stakeholders. Apenas metade das empresas conta atualmente com um departamento próprio de comunicação digital, sendo que a maior parte (77%) está a optar pelo trabalho com consultoras externas, diz o estudo “Rumo à inevitável digitalização do mundo corporativo”.
No que respeita ao estágio da sua estratégia digital, 28% das empresas considera encontrar-se numa fase de “fidelização”, isto é, em plena etapa de interação e aproximação aos seus públicos-alvo. Segue-se, com 22% das respostas, a fase de “diversificação”, etapa que engloba todas as organizações que estão atualmente à procura de ampliar a sua estratégia de negócio nas redes sociais. Por seu lado, a percentagem de empresas que considera já ter atingido um estado de “maturidade” na sua estratégia digital é muito reduzida (apenas 7%).
Para Tiago Vidal, diretor-geral da Imago – Llorente & Cuenca, a resposta está na integração: “as empresas ainda necessitam de evoluir de modo a desenvolver uma estratégia digital única, onde todas as áreas de negócio se encontram alinhadas e orientadas por um plano de comunicação integrado, com declinação digital, consistente com a estratégia de negócio”.
Para a grande maioria das empresas inquiridas (86%), as equipas de comunicação digital atendem às necessidades de promoção de outras áreas ou departamentos da empresa, designadamente: Recursos Humanos (73%), Atenção ao Cliente (63%), Publicidade (54%), Responsabilidade Social Corporativa (52%), Relações Públicas (48%), entre outros.
Fatores essenciais da Estratégia Digital
A importância que as organizações atribuem às opiniões e comentários dos seus clientes ou consumidores é um dos aspetos mais mencionados pelos diretores de comunicação inquiridos. Plataformas de monitorização e análise (88%) e conteúdos relevantes assentes na tendência de brand journalism (76%) são os fatores considerados essenciais para uma estratégia digital eficaz.
“As empresas consideram crucial, por um lado, conhecer bem os públicos com quem desejam dialogar mantendo-se a par daquilo que estes divulgam nestes canais. Por outro, é cada vez mais evidente que as empresas devem oferecer conteúdos atrativos e interessantes que motivem esse mesmo diálogo e mantenham os clientes próximos e fidelizados às suas marcas”, acrescenta Tiago Vidal.
Identidade Digital dos colaboradores: sim, mas porquê?
A maioria das empresas afirma que a identidade digital dos seus colaboradores é algo importante ou muito importante (63%). No entanto, apenas 33% destas empresas já criou políticas e manuais que expliquem aos colaboradores como devem utilizar as redes sociais e porque o devem fazer. O impacto que a identidade digital dos colaboradores tem ao nível da reputação e do próprio sucesso do negócio é um aspeto que ainda escapa a algumas empresas.
“Conceitos como o employer branding ainda não entraram no dicionário de muitas organizações, que optam por limitar o acesso a redes sociais no local de trabalho (18%, no caso das empresas que analisámos), em vez de olharem para cada colaborador como um potencial embaixador da empresa. Este é o desafio que é lançado às empresas de hoje em dia”, afirma Tiago Vidal.
2015: quais são as expetativas das empresas?
No que respeita às expectativas para 2015, mais de 51% das empresas afirmaram aumentar o orçamento dedicado à criação de uma abordagem digital, sendo que apenas 5,2% continuam a não dedicar quaisquer custos para esta área de comunicação. O número de empresas que espera criar um departamento de comunicação digital próprio é baixo (17%), um elemento que se encontra alinhado com a atual tendência de integrar o mundo digital em áreas já existentes como o Marketing, Comunicação e Relações Públicas.
O estudo foi desenvolvido a partir de inquéritos realizados aos diretores de comunicação de empresas relevantes em Portugal, Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, Equador, Espanha, México, Panamá, Perú e República Dominicana, durante janeiro e fevereiro de 2015, baseando-se na experiência de mais de 152 empresas de diferentes indústrias, desde Grande Consumo, Retalho, Automóvel e Saúde até à Tecnologia, Finanças e Construção, entre outras.