Android mostra todo o seu potencial de inovação em Lisboa

O evento iniciou com Bernardo Correia, Country Manager da Google Portugal, que falou da sua experiência na empresa, do rápido crescimento registado nos últimos anos e do ecossistema mobile. O executivo afirmou que “muitas pessoas imaginam que o ecossistema de mobile é apenas o hardware ou o software, mas não é. O ecossistema de mobile inclui todos os empreendedores que criam modelos de negócio que não existiam e que eram impossíveis de existir antes de serem inventados aparelhos como este” fazendo alusão ao smartphone que possuía na mão.

O Country Manager da Google para o nosso país referiu, também, como a inovação mobile é cost-effective, um “equalizador social e que tem um impacto tremendo na maneira como a sociedade se distribui” e como permite que todas as pessoas, independentemente de onde estão, tenham acesso à informação.

Em seguida fez alusão um estudo da Boston Consulting Group que indica que a economia mobile gera, na Europa, cerca de 90 biliões de dólares em receitas e 500 mil empregos diretos,.

“Lisboa é a 5ª maior capital da Europa a nível de startups, o que não poderia ter acontecido sem o ecossistema mobile” afirmou Bernardo Correia, pois “cria canais de distribuição em que qualquer developer português pode criar uma aplicação global em poucos minutos”. Esta facilidade de distribuição pode ser “transformadora do tecido empresarial português”,  acrescentou.

O responsável da Google finalizou com um apelo à ajuda de todos os presentes para “tornar Portugal numa referência, para o resto do mundo, do ecossistema mobile”.

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, falou de startups, inovação e indústria 4.0. Começou por dizer que “a Google tem vindo a assumir uma presença cada vez mais positiva e dinâmica em Portugal” referindo que esta foi uma das primeiras empresas no país a aderir à iniciativa “Indústria 4.0”, que visa ajudar o tecido empresarial português dos diferentes setores a preparar-se para a revolução da digitalização.

Portugal tem um dos maiores índices de criação de empresas na Europa e João Vasconcelos  destacou duas particularidades sobre estas novas empresas, uma é que “10% começam a exportar logo no primeiro ano de vida e a outra é que 50% dos novos empregos que estão a surgir em Portugal são criados por empresas com menos de 5 anos” isto leva a que o Governo esteja focado nestas companhias e tenha criado várias medidas de apoio e projetos de financiamento como o 200M anunciado durante o Web Summit.

Há uma revolução digital em curso um pouco por todo o mundo. Esta nova revolução a que se tem chamado a 4ª revolução industrial caracteriza-se pela introdução de um conjunto de tecnologias digitais nos processos de produção, na relação entre os vários intervenientes na cadeia de valor, na relação com o cliente e mesmo nos modelos de negócio. É fácil encontrar sinais de que a mudança já está em marcha em vários setores” afirmou o secretário de Estado.  O representante do Governo falou de um exemplo de uma indústria de confecção, que visitou no norte do país  na semana passada, em que a empresa melhorou significativamente a sua produtividade ao dar às suas costureiras um tablet com uma aplicação android desenvolvida pelo fábrica.

Até 2020 está previsto no Programa Nacional de Reformas, um investimento público de quase 2 mil milhões de euros para a transformação digital da economia portuguesa, dos quais serão canalizados 414 milhões de euros para a indústria 4.0, indicou João Vasconcelos.

“O poder do digital, é ligar o mundo real, analógico à globalização e, este sim, tornará as vossas startups globais, com clientes e com crescimento. Contem com  o Governo nessa caminhada” terminou o secretário de Estado.

O Android enquanto motor de crescimento na Europa e em Portugal foi o tema da palestra de Nicklas Lundblad, Vice-Presidente de Public Policy na Government Relations da Google EMEA.

O executivo falou da conectividade crescente no mundo em que se espera que existam 25 mil milhões de dispositivos conectados em 2020. “O nosso objetivo é que nos possamos conectar em qualquer local. O Android foi desenvolvido  para todos. Acreditamos que todos tem a capacidade de contribuir e criar. O que quisemos fazer com o Android foi criar esse ambiente para que todos possam contribuir ” indicou.

A Google tenta manter a inovação como o core de todo o que faz” disse Nicklas Lundblad.

“Acreditamos que estamos todos melhor se a tecnologia estiver acessível a todos” foi por isso que a Google decidiu investir num sistema operativo mobile open source quando ninguém sabia se isso seria uma boa decisão”, acrescentou.

Hoje o Android tem 1,4 mil milhões de utilizadores e ajudou a que os preços dos smartphones sejam muito mais baixos, hoje é possível comprar um telemóvel Android por 40 euros. Isto origina 50% da população mundial tenha um smartphone, ou seja, tenha acesso  a informação em qualquer lado na palma da mão. 

O responsável da Google EMEA referiu o exemplo de África e de como o ecossistema Android ajudou a que existam smartphones na região ou que alguns países possuam soluções mais avançadas do que alguns países europeus, como é o caso vertente dos pagamentos mobile no Quénia.

O ecossistema Android que estamos a desenvolver “tem três dimensões: programadores,  fabricantes e as operadoras” afirmou Lundblad. A nível dos programadores e das várias apps criadas na Europa e em Portugal,  referiu  algumas entre elas a da Emel, a Tradiio ou o Spotify.

Há mais de 1300 marcas que incluem o Android nos seus dispositivos e esse número está a crescer. Encontramos aqui muita inovação com equipamentos que aparecem em nichos de mercado e que sem um sistema operativo open source poderiam levar mais tempo a ser desenvolvidos, alertou o executivo. Os operadores são, igualmente, uma peça fundamental para o ecossistema e o Android tem várias parcerias em todo o mundo.

Como já tinha sido referido anteriormente pelo County Manager da Google Portugal, o Android é responsável por criaçao de emprego e Nicklas Lundblad voltou a tocar nesse tema , referindo também que a Europa precisa de mais pessoas com capacidades e skills digitais pois cada vez mais os empregos serão nessa área. Assim, a Google sente a responsabilidade de ajudar na educação da população e, em especial, das novas gerações e tem programas como o Udacity que oferece bolsas de estudo aos cidadãos europeus.  

O executivo anunciou que nos últimos dois anos, 2 mil pessoas na União Europeia aprenderam skills digitais nos vários programas do Google  e que abriram 10 mil vagas para bolsas de estudo para as quais as inscrições podem ser realizadas no site da iniciativa.

Lundblad falou também da questão da concorrência e dos “problemas” com a UE pela inclusão de apps nativas do Google no sistema operativo Android. “Estamos convencidos que o ecossistema Android traz mais escolha, mais valor e mais inovação ao mundo que qualquer outra coisa”, afirmou.  Em seguida exemplificou como em 30 segundos é possível substituir a barra de pesquisa do Google no Android por outra opção e de como isso demonstra que o Google e o Android são “amigos da concorrência”.

Finalizou dizendo que “o Android está a trazer inovação, está a ajudar-nos a desenvolver novas e interessantes ideias que ajudarão a criar empregos, a criar valor e diversão no mundo”.

Uma das áreas principais do evento, que decorreu na LX Factory, foi a das demonstrações made in Portugal. Eis algumas das empresas presentes no Android Innovation Day:

Mimicry Games

Esta empresa dedica-se a desenvolvimento de videojogos e experiências para realidade virtual. A Mimicry Games foi fundada por Thomas Papa, em 2012, na Holanda mas  estabeleceu um estúdio em Coimbra onde trabalha programadora Daniela Fontes.  Para esta developer portuguesa “o Android tem sido revolucionário em democratizar o uso de smartphones. A abertura do sistema, a facilidade de desenvolvimento e de distribuição de conteúdo possibilitou o surgimento de novos negócios, e novos modelos de negócio. Do ponto de vista de alguém que cria conteúdo de forma independente é óptimo. Para além disso, Android deu origem uma onda de inovação tecnológica entre os fabricantes de hardware. A razão pela qual VR se tornou acessível ao público tem a ver com o aumento na resolução de displays, resultante da competição entre fabricantes de smartphones.”

Bloco

Este estúdio de desenvolvimento de produtos focado em Android tem também escritório em Coimbra, aliás como nos disseram, são vizinhos da Daniela Pinto da Mimicry Games. O Bloco tem blog sobre o desenvolvimento de aplicações Android, organiza as Android Talks sobre o negócio, desenvolvimento e design de aplicações Android.  e todas as suas iniciativas têm como objectivo a criação de uma comunidade real de criadores de apps Android em Portugal.  Para Sérgio Santos, fundador e programador do Bloco, “o Android trouxe bastante inovação para as plataformas móveis, para além de aumentar os standards de qualidade e design das apps. Para o Bloco em particular, é uma aposta numa plataforma e numa comunidade que valorize a qualidade e design”.

MeshApp

Fundada em Portugal em 2013, é uma startup tecnológica baseada na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro que conta com o apoio do Building Global Innovators, e com escritórios em Lisboa e Boston. Para Rodrigo Moreira Rato, CEO, a MeshApp é mobile first e Android first, por uma simples razão – permite desenvolver e lançar aplicações rapidamente”.  São responsáveis pela app Evaristo, inteiramente desenvolvida em Portugal, que agrega conteúdos informativos e lúdicos de uma forma simples,  intuitiva e personalizável. Organizando a informação por temas e categorias, a aplicação foi concebida com o objetivo de melhorar a experiência e a forma como hoje acedemos a conteúdos digitais, integrando redes sociais, blogs, canais de vídeo e podcasts.

Thing Pink

“A Thing Pink, uma agência digital portuguesa baseada no Android, com escritórios no Porto e em Lisboa. Para José Aguiar, Thing Pink, “O Android ajuda-nos de várias maneiras e torna a nossas vidas muito mais simples e divertidas. Trata-se de uma plataforma que nos permite chegar a vários targets, como também permite criar soluções interactivas, multi-plataforma e disruptivas a uma escala global.

EMEL

Para melhorar a experiência dos utilizadores residentes e dos visitantes de Lisboa, a EMEL lançou a App ePark, uma aplicação de pagamento de parques de estacionamento. Com um total de mais de 150.000 utilizadores, o ePark está disponível nas lojas do Android, iOS e Windows, representando mais de 20% da receita de estacionamento da rua da empresa.

 

Mafalda Freire

Colaboradora da B!T, escreve sobre TI e faz ensaios. Esteve ligada à área de e-commerce durante vários anos e é fã de tecnologia, do Star Wars e de automóveis.

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