Air Liquide está a investir em startups tecnológicas
A entidade investidora de capital de risco do grupo Air Liquide, ALIAD, está a investir numa série de startups tecnológicas, uma medida que justifica com a vontade de se posicionar “nas indústrias do futuro.” Só nos últimos seis meses, a ALIAD adquiriu novas participações em quatro startups, Carmat, Inpria, Poly-Shape e Solidia Technologies.
A mais recente ronda coloca a entidade do grupo Air Liquide nas fasquia dos 60 milhões de euros investidos desde a sua criação, num total de 25 investimentos.
A estratégia da ALIAD visa os sectores ligados à transição energética, à saúde e à alta tecnologia. O braço de investimento da Air Liquide, que recentemente nomeou Cristina Ballester para a área industrial em Portugal, prefere acordos privilegiados de Investigação e Desenvolvimento ou comerciais com estas jovens empresas.
No domínio da saúde, a Air Liquide adquiriu no início de 2016 uma participação na Carmat, empresa francesa do sector biomédico, para desenvolverem em comum uma pilha de hidrogénio portátil. A inovação vai permitir aumentar de forma significativa a autonomia dos doentes com coração artificial. A Carmat concebeu e desenvolveu o projeto de coração artificial total “mais avançado do mundo”, que visa oferecer uma alternativa terapêutica aos doentes que sofrem de insuficiência cardíaca biventricular terminal.
Também já este ano, a ALIAD estabeleceu duas novas parcerias no sector de alta tecnologia. Uma foi com a Inpria, uma empresa norte-americana, de modo a aumentar a sua produção para fins de comercialização. Sediada no Oregon, a Inpria desenvolve uma tecnologia exclusiva de litografia em pequenas dimensões (circuitos impressos sobre chips) destinada à indústria dos semicondutores.
A outra parceria foi estabeclecida com a Poly-Shape, especialista francesa que pode permitir ao grupo alargar a oferta de gases industriais para a impressão 3D. A Poly-Shape concebe e executa protótipos de peças e pequenas séries na área da fabricação aditiva (impressão 3D) para a aeronáutica, o automóvel e a saúde.
Em matéria de transição energética, a Air Liquide acaba também de adquirir uma participação na startup norte-americana Solidia Technologies. A tecnologia desenvolvida por esta empresa – um cimento que absorve o dióxido de carbona (CO2) enquanto endurece – permite melhorar a pegada ambiental da indústria cimenteira.
“A ALIAD apoia o desenvolvimento de startups inovadoras com tecnologias que complementam as do grupo”, refere François Darchis, diretor da empresa e membro da comissão executiva que supervisiona a inovação. “A Air Liquide fornece-lhes a experiência industrial e tecnológica que possui e a sua base de clientes em todo o mundo. Estas parcerias incluem-se integralmente na estratégia do grupo para acelerar a inovação apoiando-se nos ecossistemas.”