Economia digital. O termo terá sido usado pela primeira vez em 1991 pelo executivo Don Tapscott, autor do livro ‘The Digital Economy: Promise and Peril in the Age of Networked Intelligence’ e pode sucintamente ser resumida como “a economia baseada em tecnologias digitais”. No início, a economia digital era muitas vezes denominada de ‘economia da Internet’, ‘nova economia’ ou ‘economia da Web’ precisamente devido à sua dependência da conectividade com a Internet.
No entanto, economistas e líderes empresariais são unânimes em afirmar que a economia digital é muito mais avançada e complexa do que qualquer economia da Internet, que simplesmente significava o valor económico que derivava do mundo virtual.
A economia digital vai muito além disso. E são vários os autores que a apontam como o movimento de transição da terceira para a quarta revolução industrial. A terceira revolução industrial, muitas vezes chamada de revolução digital, refere-se às mudanças que ocorreram no final do século XX com a transição de equipamentos analógicos e dispositivos mecânicos para tecnologias digitais, enquanto a quarta revolução industrial baseia-se na verdadeira revolução digital, com as tecnologias a servirem de ponte entre o mundo físico e o cibernético.
Ou seja, o facto de algumas organizações e até particulares usarem tecnologias para simplesmente executar tarefas não significa que estejam a contribuir para a economia digital. Não é simplesmente usar um computador para executar tarefas tradicionalmente realizadas manualmente ou em dispositivos analógicos. Ao invés, a economia digital destaca a oportunidade e a necessidade das organizações e particulares usarem as tecnologias para executar essas tarefas de forma mais eficiente, mais rápida e, muitas vezes, diferente do que antes.
Além disso, o termo reflete a capacidade de aproveitar as tecnologias para executar tarefas e se envolver em atividades que simplesmente não eram possíveis no passado. Resumindo: a ideia de que as empresas podem fazer mais coisas, novas coisas, melhores coisas e de forma diferente é abrangida neste conceito que acaba relacionado com a transformação digital.
Muito além da digitalização
Mais: a economia digital ultrapassa conceitos como ‘digitalização’ ou ‘automação’. Em vez disso, esse novo paradigma aproveita múltiplas tecnologias avançadas e novas plataformas tecnológicas. Essas tecnologias e plataformas incluem, entre outras, a híper-conectividade, a Internet das Coisas (IOT), Big Data, analítica avançada, redes sem fio, dispositivos móveis e redes sociais.
Numerosos empresários aproveitaram as tecnologias que alimentam a economia digital para criar novas empresas e novos modelos de negócio que não poderiam ter existido em gerações passadas. Essas novas empresas incluem as plataformas de partilha de viagens Uber ou a plataforma de aluguer de casas Airbnb ou os serviços de conteúdo como a Netflix e o Spotify, que, basicamente, servem de exemplos supremos do novo sistema económico.
Mas nem só de novos modelos de negócios se faz a economia digital. Existem inúmeros exemplos de empresas tradicionais que se transformaram para ter sucesso neste novo mundo.
Os retalhistas são dos exemplos mais fáceis de entender. Primeiro, desenvolveram sites para permitir vendas on-line. Mas à medida que o mundo se move mais plenamente na economia digital, os retalhistas orientados para o futuro utilizam tecnologias para alcançar e atender os clientes através de uma variedade de canais. Usam vendas on-line e aplicações móveis para identificar compradores, colecionam e analisam os dados de navegação e vendas a cada cliente para entender melhor os seus interesses. E amiúde usam esses dados para alcançar os clientes através das redes sociais, permitindo um melhor atendimento e, finalmente, maiores vendas e maior fidelidade à marca.
Fora dos bons exemplos, nem tudo são rosas na nova economia. Um estudo realizado pela Boyden aponta a falta de preparação dos líderes organizacionais para a implementação de estratégias de negócio em ambientes digitais. E esta falta de competências pode trazer francas consequências para as organizações, que poderão vir a perder competitividade, diz o estudo ‘The Digital-Savvy C-Suite e Boardroom’.
O relatório, que examina os desafios mais urgentes que a gestão e as administrações em sectores não-tecnológicos enfrentam à medida que tentam compreender um ambiente digital, salienta a convicção entre mais de metade dos participantes questionados (53%) que a gestão ou liderança sénior nas suas organizações não se encontra preparada para implementar uma estratégia digital de sucesso. Menos de metade (48%) indicam que a sua organização se encontra a colocar algum tipo de ênfase na formação em ferramentas e processos digitais.
O relatório descreve que “o investimento em processos no contexto digital pode não constituir uma prioridade para algumas organizações, especialmente se enfrentam desafios de viabilidade ou consolidação, visto não se tratar de uma estratégia que prometa resultados de retorno a curto-prazo”, mas admite que “a tendência face às novas oportunidades que se avizinham é incontornável e as expectativas abrem-se apenas a quem compreender o rumo prometido”.
Outro problema é que a falta de tecnologias atualizadas e de uma infraestrutura tecnológica adequada estão a desacelerar a migração para o digital. Um estudo realizado pela Pierre Audoin Consultants (PAC) colocou a descoberto a impreparação das empresas no que diz respeito à transformação digital, que embora seja reconhecida como uma janela de inúmeras oportunidades, ainda não está a ser abraçada pela maioria das empresas. O documento salienta que pouco mais de 10% das empresas olham para si mesmas como líderes em transformação digital e apenas 17% consideram que o digital é uma questão de vida ou morte para o seu negócio. Já 42% acreditam que embora esta tenha impacto, outros desafios, como as preocupações económicas, têm precedência.
Portugal poderá beneficiar de um crescimento de 3,2 mil milhões de euros até 2020 se melhorar a sua economia digital, diz o Accenture Strategy, que juntamente com a Oxford Economics, desenvolveu, pelo terceiro ano consecutivo, um indicador – Índice de Densidade Digital (IDD) – que identifica a real penetração das tecnologias nas economias de vários países, entre eles Portugal.
Para Portugal beneficiar do crescimento económico, o estudo da Accenture Strategy identifica as dimensões em que manifesta um maior distanciamento face aos casos de referência. E para isso detectou as áreas onde a intervenção deverá ser prioritária. Primeiro, sugere a duplicação do peso dos especialistas de tecnologia na força de trabalho, de 2,5% para 5%. Em segundo lugar, recomenda que a proporção do investimento anual das empresas em analytics e em soluções de cloud deve aumentar em 35% e 250%, respetivamente. E que deverá haver um incremento de aceleradores.
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