Poeta Artificial da Universidade de Coimbra chega ao Twitter

Um investigador da Universidade de Coimbra criou um sistema que consegue criar poesia sem intervenção humana, o PoeTryMe. Agora, este poeta artificial está a publicar a sua criatividade no Twitter e já pode ser testado online – uma experiência interessante para o Dia Mundial da Poesia, que se celebra hoje.

O Poeta Artificial, PoeTryMe, é um projeto de Hugo Oliveira, investigador do Centro de Informática e Sistemas (CISUC) da Universidade de Coimbra. Define-se como um sistema de criatividade computacional e está agora a ser testado no Twitter, com a geração de poemas inspirados nos assuntos mais quentes da rede social.

“O sistema começa por obter os últimos tweets que mencionam um assunto muito comentado no Twitter. A partir daí, efetua uma contagem das palavras mais usadas, retira o que considera ruído e utiliza os substantivos, verbos e adjetivos mais frequentes como ponto de partida para gerar novos poemas, de forma completamente automática”, explica Hugo Oliveira.

A sua motivação para a adaptação deste poeta artificial ao Twitter foi “testar os limites do sistema e encontrar uma forma automática de criar poemas a partir de diferentes fontes de inspiração virtual.” O investigador sublinha que a rede de microblogging é “uma autêntica montra” para sistemas que brincam com as palavras e tem curiosidade em saber se os utilizadores portugueses se vão interessar pela poesia por computador.

Neste momento, a conta tem 69 seguidores e gera poemas com regularidade, às vezes um por hora. Hoje, dia em que o Twitter celebra 10 anos, a hashtag #LoveTwitter deu origem a este poema: “rede é o tecido do passado/ o tempo de quinina é o reinado/ não o queira antes o tempo dar / que alma, que tempo, que lugar.”

Outra das novidades do poeta artificial é que uma versão simplificada desta plataforma inteligente passou a estar disponível online. Os cibernautas que queiram podem gerar poesia automática através da funcionalidade “TryMe” e até conseguir letras para músicas.