Carros do futuro serão produzidos pelas tecnológicas?
O Observador Cetelem analisou os desafios do automóvel conectado e da viatura autónoma. E questionou automobilistas portugueses se consideram que os construtores de automóveis são quem deve conceber e propor uma viatura conectada ou, por outro lado, deverão ser as tecnológicas a assumir esse papel.
No duelo que irá opor as grandes empresas tecnológicas aos construtores de automóveis tradicionais, os segundos conservam uma verdadeira legitimidade. Na sua maioria, os automobilistas portugueses consideram que os construtores de automóveis são quem deve conceber e propor uma viatura conectada (69%).
Os especialistas de TI surgem em segunda posição, com 57% dos portugueses a atribuírem-lhes a sua confiança, à frente dos fornecedores de equipamentos automóveis (33%).
Os gestores de infraestruturas de transportes (estradas, estacionamentos, estações de carregamento de veículos elétricos) (19%), os distribuidores/reparadores que estão regularmente em contacto com os clientes automobilistas (17%) e as empresas de telefones e de telecomunicações (14%) fazem também parte desta lista.
Tal como os portugueses, a generalidade dos automobilistas dos 15 países analisados pelo Observador Cetelem consideram que as marcas clássicas possuem mais legitimidade para fazer progredir o automóvel. Em média, 62% dos automobilistas atribuem-lhes a sua preferência na construção da viatura conectada, enquanto os especialistas de informação recolhem 46% das opiniões, seguidos pelos fornecedores de equipamentos automóveis (36%).
Mas em determinados países a competição entre construtores tradicionais e gigantes técnicos arrisca ser muito renhida. É o caso do Brasil e do México, onde os consumidores são quase tão numerosos a colocar a sua confiança nas grandes empresas de TI como nas marcas clássicas. A China chega mesmo a reconhecer mais crédito aos intervenientes do digital (63%) do que aos construtores de automóveis (53%).
“A maioria dos automobilistas está ainda muito ligada às marcas clássicas, mesmo nos países sem tradição na construção automóvel, como é o caso de Portugal. É incontornável que os construtores tradicionais têm trunfos sérios para enfrentar as grandes empresas tecnológicas neste duelo: possuem savoir-faire, experiência e já começaram a reagir e acelerar na implementação de estratégias que lhes permitam responder a esta nova realidade”, explicou em comunicado Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem.