MWC |A digitalização nas indústrias
No terceiro dia do Mobile World Congress foi discutido, em Barcelona, a forma como a transformação digital está a afetar as indústrias, as mudanças que estão a ser feitas e as questões de segurança estão a surgir no setor.
O painel teve a presença de Chuck Robbins, CEO da Cisco; William Ruh, SVP & Chief Digital Officer da GE e CEO da GE Digital; Richard Fain, Chairman & CEO da Royal Caribbean Cruises Ltd e de Kaan Terzioğlu, CEO da Turkcell.
Nesta keynote liderada por Naomi Climer, President da IET, os convidados falaram da nova revolução industrial que o mundo está a testemunhar com a chegada da digitalização às indústrias e das excelentes perspetivas de negócio que a era mobile traz para as empresas que souberem acompanhar essa transformação.
O CEO da Cisco falou de como as mudanças que estão a acontecer nas empresas são realizadas a uma velocidade nunca antes vista e de como a tecnologia está também a ser usada por países e cidades para melhorar a vida dos cidadãos. Referiu ainda como a criação de emprego nos próximos anos vai ser sustentada nas PME´s dado que são as novas startups que vão começar a gerar emprego.
Chuck Robbins descreveu, ainda, como as parcerias são importantes na evolução das empresas no mundo digital e de como em 73 dias de parceria da Cisco com a Ericsson, já foram criados 6 projetos operacionais importantes, entretanto, apresentados durante o MWC.
Para William Ruh, o mundo industrial só recentemente começou verdadeiramente a aproveitar as vantagens do mundo digital mas as oportunidades são imensas. O CEO da GE Digital reconheceu que a adaptação ao digital não é fácil pois um mundo proprietário, com inúmeras patentes e totalmente físico, é extremamente complexo lidar com conceitos como open source, cloud e virtualização.
O Chairman & CEO da Royal Caribbean Cruises Ltd, Richard Fain, mencionou como a sua companhia é agora parte do mundo digital e referiu alguns exemplos, como a app que desenvolveram para o embarque dos passageiros, que permite a poupança de 1 hora no check-in de cada pessoa ou como através de realidade virtual conseguem efectuar alterações, em tempo-real, ao design dos novos navios.
Kaan Terzioğlu, começou por expressar a sua admiração pelas pessoas que questionam tudo o que fazem e o que existe no mundo para explicar como as empresas têm de estar sempre preparadas e evoluírem o seu modelo de negócio constantemente, se quiserem ser bem sucedidas.
A segurança foi, também, um dos temas abordados em que se concluiu que terá que haver um balanço entre a privacidade e a protecção da informação. O CEO da Cisco, referiu que “a tecnologia ainda tem por base as pessoas” e que todos devemos preocupar-nos com a segurança dos dados e não em “criar backdoors”, numa clara referência ao pedido que foi feito pelo FBI à Apple. William Ruh considerou que a era da digitalização coloca desafios de segurança para as indústrias, entre elas questões de soberania e propriedade, “a indústria reconhece que há grandes benefícios na troca de informação mas ao mesmo tempo quer proteger os seus produtos e máquinas de ataques”. As empresas que conseguirem arranjar um equilíbrio mais rápido entre estes fatores serão, certamente, as que terão mais sucesso.
Foi, ainda, unânime para todos os convidados que se as industrias não abraçarem o mundo digital, não vão conseguir competir e não têm o seu futuro assegurado.