Robôs e vigilância de dados em destaque na cimeira de Davos
O Fórum Económico Mundial abriu em Davos com um panorama de futuro que assustou muita gente: a previsão de que os robôs irão substituir 5 milhões de empregos dentro de quatro anos. Também foi debatida a divergência entre governos e fabricantes na vigilância de dados.
Um dos CEO em destaque na cimeira de Davos, Suíça, foi Satya Nadella da Microsoft. “Há um excedente económico que será criado em resultado desta quarta revolução industrial”, disse o executivo na sua intervenção, citado pela Reuters. “A questão é quão uniformemente será espalhada entre países, pessoas em diferentes estratos sociais e entre diferentes partes da economia.”
Hubo, um robô sul-coreano com aspeto humanóide, tem sido uma das estrelas da cimeira do Fórum Económico Mundial. Além de cumprir várias tarefas, o robô azul e branco é capaz de andar e tem o tamanho de um ser humano.
O fundador do Fórum, Klaus Schwab, acaba de publicar um livro sobre esta quarta revolução da robótica e inteligência artificial e divulgou o relatório sobre a perda de empregos para os robôs, denominado “O Futuro do Emprego.” Esta destruição não será colmatada pela criação de dois milhões de empregos em áreas novas, como a impressão 3D, nanotecnologia e a própria robótica. No entanto, tanto Nadella como Sheryl Sandberg, número dois do Facebook, disseram que o mundo não deve recear a quarta vaga, antes olhar para ela com esperança.
Um tom bastante diferente rodeou a discussão sobre o acesso de agências governamentais aos dados dos consumidores, um braço de ferro que se tem intensificado nos últimos dois anos. Empresas como Apple, Google e Facebook resistem aos pedidos cada vez mais recorrentes de governos para darem informações sobre os utilizadores.
Estes pedidos estão a aumentar na Europa, sendo que o procedimento corrente não é expedito – o pedido tem de ser feito à casa-mãe, e quase todas têm sede fora do continente europeu. Por outro lado, as empresas não querem mexer na encriptação das comunicações, apesar da ameaça terrorista que também se está a intensificar, numa altura em que estão a ser reforçados os direitos dos cidadãos à privacidade na Europa.
“Uma empresa pode ser posta numa situação em que tem de decidir que lei vai quebrar”, disse Brad Smith, o diretor legal da Microsoft, citado pelo Wall Street Journal.
A cimeira de Davos termina amanhã, 23 de janeiro.