BlackBerry resiste a pedidos do Paquistão para aceder a dados privados
A BlackBerry já não vai ser obrigada a encerrar as suas operações no Paquistão, algo que estava marcado para o último dia do ano, por ordem governamental relativa aos seus servidores. A empresa anunciou hoje que chegou a acordo para a manutenção da operação no país.
Em causa estava a pressão do governo paquistanês para que a empresa desse acesso a dados privados de tráfego dos seus utilizadores através do BlackBerry Enterprise Service. O não cumprimento dos pedidos levou à ordem de encerramento dos servidores, agora revogada.
“Estamos agradecidos à Autoridade Paquistanesa para as Telecomunicações e ao governo paquistanês por aceitar a posição da BlackBerry de que não podemos fornecer os conteúdos do tráfego dos nossos clientes, nem iremos dar acesso aos nossos servidores através de backdoors”, afirmou o diretor de operações da fabricante, Marty Beard, numa publicação no blogue Inside BlackBerry.
Os problemas com as autoridades paquistanesas começaram em julho, quando o regulador informou a empresa de que os servidores empresariais responsáveis pelo tráfego de mensagens não poderia continuar a funcionar por motivos de segurança. Marty Beard explicou na altura que o problema era a recusa da empresa em dar acesso para que as autoridades pudessem espiar o tráfego. No final de novembro, a empresa informou que cessaria todas as atividades no Paquistão.
O desfecho é positivo para a BlackBerry dada a sua situação no mercado mundial. Com uma quota já inferior a 1%, a fabricante tem olhado para outros segmentos – como o automóvel – e está a tentar sair definitivamente do vermelho com uma forte reestruturação.