Entrevista da Semana: S21sec fortalece marca em Portugal e conta com o apoio da Sonae
A S21sec, empresa espanhola de cibersegurança, está a reforçar a sua presença no mercado português. No ano passado, a Sonae entrou no capital da tecnológica, potenciando a sua internacionalização e fortalecendo o seu posicionamento na Península Ibérica. Pouco mais de um ano após o anúncio deste novo investidor, Pedro Leite, vice-presidente do negócio português da S21sec falou com a BIT acerca das mudanças pelas quais a empresa passou e o que a aguarda no futuro próximo.
BIT: No mês de julho de 2014, a Sonae passou a ser um dos principais acionistas da S21sec, com a aquisição de uma parcela de 60% do capital social. Agora que passou pouco mais de um ano, de que forma é que essa transição mudou a S21sec, em termos de organização administrativa e de modelo de negócio?
Pedro Leite: A S21sec é um dos [pure players] líderes europeus na área da Cibersegurança e por isso numa empresa com esse grau de especialização é muito importante avaliar como funciona a companhia quer em termos de organização quer em termos de modelo de negócio de forma a definir as linhas estratégicas que podem aportar mais valor.
Tendo em conta este enquadramento, uma das principais mudanças que foi efetuada dentro da S21sec passou pelas áreas de backoffice. Integramos todos os processos de backoffice nas áreas centrais. Estas áreas tem processos e metodologias de trabalho com um nível de maturidade muito elevado e por isso com esta integração simplificamos e otimizamos o nível de funcionamento da empresa. Pelo facto das áreas de backoffice centrais já prestarem serviços a outras empresas do grupo conseguimos assegurar ganhos de eficiência muito consideráveis.
Uma outra mudança organizativa foi na equipa técnica. Aproveitamos e unificamos as equipas de Portugal e de Espanha e agora funcionamos como uma única equipa transversal. Colocamos os melhores recursos na execução dos projetos e serviços independentemente da sua localização. Temos as equipas totalmente integradas na entrega de serviços.
O que pretendia a S21sec alcançar com a entrada da Sonae no seu capital? Esses objetivos foram alcançados?
Os principais objetivos passavam por ter um acionista estratégico na área da Cibersegurança e que estivesse disponível para em conjunto apostar e fazer crescer a companhia. Sendo um dos líderes europeus na área de Cibersegurança é natural que haja a ambição de levar os produtos e serviços para outros mercados e por isso era muito importante ter um acionista com experiência na internacionalização e com capacidade de investimento. Neste momento temos uma organização totalmente integrada que trabalha com objetivos comuns e fortemente alinhada no modelo de negócio e modelo de crescimento da companhia.
Quais são os principais pilares do plano de internacionalização da S21sec? De que forma é que a Sonae vai contribuir para a sua concretização?
A S21sec tem uma linha de produtos e serviços diferenciadores para o mercado ibérico e para o mercado internacional. A nossa aposta em termos de internacionalização passa por disponibilizar produtos e serviços onde somos bastante fortes. Como produto temos o “Lookwise Device Manager for ATM” que permite gerir a segurança de uma rede ATM através da proteção, monitorização e controle centralizado das caixas automáticas de multibanco (ATM). Como serviço a nossa principal aposta são os serviços avançados de segurança que complementam os SOC (Security Operation Center) tradicionais. Estes serviços detetam ataques informáticos que são efetuados às organizações e que tem como objetivo o roubo de informação relevante. Temos uma equipa e um conjunto de serviços especializados para a prevenção, deteção, analise e atuação.
E, já agora, como é que a S21sec vai contribuir para o crescimento do negócio da Sonae?
Como parceiro estratégico poderá ajudar o grupo, cada vez mais assente em tecnologia e gestão de informação, na implementação dos seus planos com o apoio de uma empresa de referência na área, cada vez mais crítica da Cibersegurança.
Por outro lado, estamos a avaliar parcerias comerciais com duas empresas do grupo que fortalece quer o portfólio das empresas nossas parceiras quer os canais da S21sec.
Quais são os objetivos para 2015? Em que áreas incidirão com maior intensidade os investimentos da S21sec em Portugal?
O ano de 2015 teve como grande objetivo a concretização da entrada no mercado Português. Participámos e patrocinámos alguns dos eventos de Cibersegurança que se realizaram em Portugal pois o nosso principal objetivo era dar a conhecer a S21sec ao mercado nacional. Durante este ano também preparamos toda a oferta que tínhamos no mercado Espanhol para o mercado Português. Neste momento já temos alguns clientes em Portugal com serviços de Cibersegurança avançada. Sentimos que o mercado Português já está recetivo a apostar e investir cada vez mais na segurança das suas organizações.
Para 2016 vamos continuar a apostar e a trabalhar nos setores e nas empresas que valorizam a segurança e que estão conscientes da necessidade de ter o seu negócio seguro. Também iremos anunciar novos produtos e serviços e algumas parcerias relevantes.
A S21sec recentemente assinou um Memorando de Entendimento com a Europol, firmando uma aliança contra o crime cibernético. Qual será exatamente o papel da empresa neste acordo?
Este Memorando de Entendimento que assinamos com a Europol é um compromisso de ambas as entidades para cooperarem na luta contra o cibercrime em todos os Estados Membros da União Europeia. A S21sec sendo um dos líderes europeus na área de Cibersegurança participa ativamente na pesquisa, análise e deteção de ameaças. Este acordo tem como objetivo a partilha dos seus conhecimentos em matéria de cibercrime, cooperar no combate à fraude na Internet e garantir um espaço online cada vez mais seguro. Colocamos à disposição da Europol todos os conhecimentos, experiência, e as soluções tecnológicas que possuímos para reforçar a luta contra a fraude cibernética, especialmente na área do Malware.