Famoso ad-blocker retirado da loja da App Store dois dias após lançamento
A app de bloqueio de anúncios Peace foi retirada da loja de aplicações da Apple, dois dias após ter sido lançada. O criador, que co-fundou o Tumblr, disse que a aplicação prejudica os pequenos anunciantes online.
Na sexta-feira, Marco Arment escreveu no seu blog que a Peace, lançada no dia 16 de setembro para os iPhones com iOS 9, afirmou não estar satisfeito com o sucesso da app, que, apesar de ser muito útil para a maioria dos utilizadores, assenta no prejuízo dos anunciantes mobile que procuram fazer conhecer os seus produtos.
De acordo com o The Guardian, a Peace tornou-se um sucesso de vendas na App Store, quase imediatamente após o seu lançamento.
A app filtra publicidade noutras aplicações e em websites. É nos dispositivos móveis que o setor da publicidade mais tem crescido. Empresas como Facebook, Twitter e Google têm alicerçado parte dos seus negócios na publicidade móvel, que será uma das principais fontes de receitas de todo o setor durante os próximos anos.
O criador da Peace foi asperamente criticado por estar a beneficiar sobremaneira de uma app que impedia que outros fizessem dinheiro.
Apesar de reconhecer a importância do segmento mobile para a subsistência dos anunciantes, designadamente dos mais pequenos, Arment, citado pelo jornal britânico, afirma que ferramentas como localização e análise comportamental dos utilizadores estão adquirir contornos indesejáveis. Ele diz que existe uma preocupante falta de transparência no que respeita à utilização destas informações pessoais.
Arment acredita que a inconveniência da publicidade online é bastante mais notória nos dispositivos móveis do que nos computadores, pois atrasam o carregamento das páginas, consome bateria adicional e podem, por vezes, ser utilizada como veículo de software malicioso e outros programas prejudiciais.
Poderá pensar-se que as aplicações bloqueadoras de anúncios são um escudo eficaz e necessário para os utilizadores se protegerem das torrentes de publicidade online que invadem os dispositivos e empobrecem a experiência de utilização. No entanto, é preciso estar ciente de que muitos conteúdos que os utilizadores apreciam são sustentados pela venda de publicidade.
Um estudo feito este ano pela eMaketer revelou que os gastos com anúncios mobile chegarão aos 100 mil milhões de dólares em 2016.