Novabase cresceu fortemente nos mercados externos em 2014

O volume de negócios da Novabase subiu 1,9 por cento em 2014. Apesar da diminuição considerável dos lucros líquidos regista nesse período, a empresa portuguesa acredita que em 2015 conseguirá atingir um crescimento positivo, apoiado firmemente nos mercados externos.

Novabase Luis Paulo Salvado CEO

Em 2014, a Novabase registou um crescimento de oito por cento, alimentado por um reforço de 42,4 por cento das suas operações nos mercados estrangeiros. No ano passado, as operações internacionais da empresa representaram aproximadamente 39,2 por cento da totalidade do seu negócio.

No que toca ao segmento dos serviços, a Novabase conseguiu um crescimento de onze por cento, representando, agora, 69,3 por cento de toda a atividade da empresa portuguesa. Luís Paulo Salvado, diretor executivo da Novabase, disse que a área dos serviços é um foco de grande aposta da empresa, objetivando uma cada vez menor dependência dos serviços prestados por terceiros.

O EBITDA relativo a 2014 ficou-se pelos 14,7 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 1,4 por cento face aos 14,9 milhões conseguidos ao longo dos 12 meses de 2013.

O volume de negócios beneficiou, então, de um ténue incremento de 1,9 por cento, chegando aos 220,9 milhões de euros, comparativamente aos 216,8 milhões arrecadados há dois anos. 2014 foi o segundo ano consecutivo em que a Novabase observou um aumento do seu volume de negócios. Este crescimento foi motorizado pelo considerável fortalecimento das suas operações no teatro internacional. Os mercados para lá das fronteiras do setor doméstico valeram à empresa portuguesa cerca de 90 milhões de euros em 2014.

Os lucros líquidos foram severamente flagelados por despesas de reestruturação que atingiram os 1,5 milhões de euros. Assim, uma queda de 58,6 por cento levou os lucros líquidos consolidados de 2014 até aos 3,1 milhões de euros, quando somente um ano antes a Novabase conseguira deitar a mão a 7,5 milhões. Flutuações de taxas cambiais estiveram entre as causas que impactaram negativamente os resultados líquidos da Novabase, de acordo com o CEO.

“Em 2014 registámos um contração e não cremos que essa tendência vá parar”, comentou Salvado face à queda dos resultados obtidos ao nível do mercado doméstico. Assim, a empresa afirmou que vai procurar muscular a sua capacidade competitiva no setor nacional. No entanto, preconizando a Novabase um aumento do volume de negócios em 2015, e sabendo que a empresa acredita numa contração do negócio em Portugal, poderá tornar-se evidente que o crescimento esperado será fortemente impulsionado pelos negócios enraizados nos mercados extranacionais.

As ações da Novabase caíram cerca de 15,2 por cento em 2014. Desta forma, os dividendos atribuídos aos acionistas foram de 20 cêntimos por ação.

A Europa e a África representaram cerca de 90 por cento de todo o negócio internacional da Novabase, tendo no Bloco dos 28 testemunhado um crescimento particular, levando o CEO a dizer “já percebemos que na Europa temos oportunidades importantes”.

Em 2014, a tecnológica portuguesa contratou de cerca de mil recém-diplomados, afirmando estar empenhada em promover o emprego dos talentos mais jovens. Ademais, Luís Paulo Salvado denotou o trabalho que a empresa tem feito ao nível da Investigação e do Desenvolvimento, adiantando que este será um foco de fortes e regulares investimentos.

“Satisfeitos com o crescimento ao longo do ano. Muito satisfeitos com o crescimento internacional”, rematou o CEO, olhando para o futuro com esperança, mas também com a devida cautela.

A Novabase em 2015

“A grande prioridade é a internacionalização”, sentenciou o diretor executivo, sublinhando o papel que os mercados estrangeiros tiveram no crescimento da Novabase.

A linha de investimento de 14 milhões de euros concedida pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), será, de acordo com o CEO, aplicada no reforço da estratégia de I&D da Novabase.

A empresa espera que, em 2015, os setores internacionais passem a representar entre 40 e 45 por cento da totalidade dos seus negócios, o que evidencia uma grande aposta nos mercados externos, quem sabe, como medida de atenuação das quebras sofridas na esfera nacional. “A prioridade para o futuro está lá fora”, declarou o CEO.

Esperando atingir um volume de negócios superior a 225 milhões de euros (face aos 220,9 milhões conseguidos em 2014), a empresa vai continuar a apoiar-se substancialmente nos mercados externos. Contudo, a Novabase assegura que continuará a investir no mercado nacional, procurando satisfazer os seus clientes, embora possa fazê-lo, como disse Salvado, “com menos recursos”.

Espera-se que o EBITDA, este ano, chegue a valores entre os 14 milhões e os 17 milhões de euros, face aos 14,7 milhões de 2014.

Relativamente à remuneração dos acionistas, os dividendos deverão ficar-se pelos três cêntimos por ação em 2015, decréscimo que é um reflexo da situação difícil por que passa a empresa no setor português.