Apple de malas aviadas junta-se à lista negra da China
O governo chinês continua determinado a exorcizar toda a tecnologia estrangeira do país, depois de ter colocado a Apple na sua cada vez maior lista de empresas que foram excluídas da sua tabela de fornecedores.
Oficiais chineses vão, assim, ficar impedidos de comprar iPads e portáteis MacBook da Apple para projetos governamentais que recorram a capital público.
Ao que parece, nos últimos tempos a China tem incessantemente evocado a sua colossal – e repetitiva – preocupação pela segurança do país para justificar toda e qualquer alienação de empresas estrangeiras, uma estratégia que demonstra uma evidente “discriminação de mercado” que o governo chinês tem vindo a aplicar.
Mark Po, analista na UOB Kay Hian, afirmou que a China está a construir muralhas comerciais para que as empresas externas não adquiram muito poder no território.
Relativamente aos seus mais recentes resultados, a Apple ficou surpreendida por registar um aumento de 28 por cento nas receitas provenientes da China, depois de em julho a tecnológica comandada por Tim Cook ter-se visto obrigada a combater veementemente acusações da emissora estatal chinesa CCTV, que dissera que os smartphones da Apple, devido às suas funcionalidades de localização, eram um risco para a segurança nacional.
Na semana passada, oficiais da Administração Estatal para a Indústria e o Comércio escrutinaram quatro escritórios da Microsoft na China, rusga esta na qual foram apreendidos e duplicados documentos, maioritariamente relatórios financeiros. Neste caso, a China alegara que a tecnológica havia incorrido em infrações das leis antitrust do país.
O Centro Governamental de Aquisições da China proibira também a utilização do sistema operativo Windows 8 em computadores governamentais, uma medida, segundo Pequim, que visa assegurar a confidencialidade das informações chinesas.
É inegável que a China tem demonstrado uma certa aversão às empresas ocidentais, o que poderá ser – parcialmente – explicado pelo deteriorar das relações sino-americanas, depois de Washington ter publicamente acusado cinco oficiais chineses de terem roubado segredos comerciais de empresas norte-americanas onde haviam conseguido infiltrar-se.