88% das empresas não tira proveito total dos investimentos em software

De acordo com um novo estudo da Sage, as empresas europeias estão a desperdiçar largos milhões de euros em investimento tecnológico todos os anos ao não utilizar plenamente o seu software empresarial.

A pesquisa, durante a qual foram entrevistados 600 decisores de TI de toda a União Europeia, mostra que, em média, cada uma das 222.628 empresas europeias de média dimensão desperdiça 43.138 euros por ano, o que equivale a 9,6 mil milhões de euros por ano. No total, 88% das empresas não conseguem utilizar completamente os seus investimentos em software de negócios.

As razões para a subutilização dos softwares de negócios variam de país para país, com a Alemanha a indicar a duplicação de funções com outro software (35%) como motivo, enquanto 26% dos entrevistados do Reino Unido justifica a falta de utilização com a falta de procura por parte do cliente. A falta de procura de negócio para todas as funções (36%) e uma carência de formação dos utilizadores (25%) foram, em média, as razões mais comuns dadas pelos países.

Segundo o estudo, a eficiência de negócio é o principal desafio que tem de ser encarado no software, com 63% dos entrevistados a apontá-la como a principal necessidade. Curiosamente, o software só é visto por cerca de um terço (35%) dos países como o caminho para o crescimento dos negócios.

Além disso, os decisores de TI são cada vez mais influenciados pelos utilizadores, com muitas características da consumerização das TI a surgirem nos softwares de negócios. Por exemplo, os social media surgiram como uma área de grande crescimento, com 64% das empresas indicando que as redes sociais eram muito ou bastante importantes.

A cloud continua a dominar a agenda de TI, com 76% das empresas a pensar em investir em software de negócios baseados na cloud no futuro. Varia de país para país, porém, 92% das empresas portuguesas planeiam fazê-lo em comparação com 68% das empresas francesas.

O sucesso da implementação do software de negócios é medido por todos os países europeus, com a disponibilidade do serviço e impacto nos negócios a serem as duas métricas mais comuns. Curiosamente, no entanto, 12% das empresas alemãs afirmaram não medir o sucesso da implementação da tecnologia.

“Esta pesquisa deve servir como um enorme ‘grito de alerta’ para as empresas em toda a Europa que estão a gastar milhões de euros em software de negócios que estão subutilizados”, destaca Christophe Letellier, CEO da Sage Mid-Market. “O software de negócios deve ser a chave de qualquer estratégia de mid-market para evoluir, mas, de momento, há uma desconexão entre as soluções adquiridas e as necessidades do negócio. Os decisores não estão a ouvir os seus utilizadores o suficiente, o que significa que estão a tentar encontrar uma solução universal, em vez de soluções à medida. As empresas de mid-market precisam de ter um pensamento centrado no utilizador e entender como os colaboradores vão fazer o melhor uso do investimento da organização”, conclui.

“O que estes resultados chocantes da pesquisa destacam é o aumento contínuo das tendências como o ERP social que estão a conduzir à mudança em toda a comunidade de negócios. As empresas precisam de se perguntar como os media e outras tendências de consumo social estão a chegar aos seus utilizadores e clientes. Se a eficiência do negócio é o seu objetivo, precisam de soluções que tenham mobilidade e acessibilidade no seu núcleo, ou seja, a solução terá de ser útil amanhã como é hoje”, refere Klaus-Michael Vogelberg, CTO da Sage.

Paulo Matos

Jornalista há mais de 10 anos, é fanático por cinema, música e MMA. Após uma passagem pelo Ministério da Defesa, conciliou as paixões por tecnologia e escrita, especializando-se em TI, nomeadamente nas áreas de Canal e B2B.

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