O Brasil prepara-se para receber a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, que decorrerá entre os dias 12 de junho e 13 do mês consecutivo. Contudo, são muitas as preocupações que têm emergido relativamente à capacidade das redes móveis do país, nomeadamente à tão louvada e estreante 4G, a quarta geração da tecnologia de acesso à Internet.
Apesar de a organização do evento e das empresas de telecomunicações móveis caracterizarem a rede 4G como uma prova de inovação e de diferenciação para o Brasil, muitos são ainda aqueles que franzem o sobrolho quando defrontados com o alegado potencial da tecnologia de telecomunicações móveis.
Alguns especialistas apontam que a 4G é ainda uma irrealidade, uma ideia no papel, uma mera estratégia de Marketing, visto que está apenas disponível em 105 dos mais de cinco mil municípios do Brasil, e que os dispositivos que podem, com efeito, suportar a nova tecnologia são ainda extremamente dispendiosos.
Terá, então, sido a introdução do 4G uma estratégia de Marketing para fazer com que aos olhos do mundo, no decorrer da Copa, o Brasil apareça como um país na vanguarda do desenvolvimento tecnológico?
Entre os céticos encontra-se Eduardo Tude, engenheiro de telecomunicações e presidente da consultora Teleco, que afirmou que a introdução (apressada, devemos acrescentar) não passou de uma desculpa para apresentar o Brasil como um país tecnologicamente avançado.
Há quem advogue que o Brasil não está ainda devidamente preparado para conseguir operacionalizar a tecnologia 4G, pois o país está ainda em fase de implementação da rede.
Um outro problema que surge é a frequência utilizada pelo Brasil para operar a tecnologia 4G. Ao passo que os países em que a mais recente geração de telecomunicações móveis está já devidamente integrada, como é o caso dos Estados Unidos e do Japão, utilizam uma frequência de 700 MHz, o Brasil navega na onda dos 2,5 GHz, o que significa que mesmo os estrangeiros que tenham um dispositivo que esteja capacitado para funcionar em 4G terão de se subjugar à tecnologia 3G.
Desta forma, inúmeros receios emergem relativamente à operacionalidade das redes mobile do Brasil aquando da Copa do Mundo, profetizando-se uma sobrelotação das redes 3G.
Consequência dos atrasos na construção dos estádios, muitas das infraestruturas de telecomunicações comportarão, certamente, falhas. No entanto, a organização do evento avançou uma solução: o reforço das redes internas das instalações desportivas, com a adição de mais antenas emissoras.
Resta-nos agora esperar e testemunhar um dos maiores eventos de futebol que, para melhor ou para pior, será certamente memorável.
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