O novo relatório, “The Mobile Economy: Europe 2015” (A economia móvel: Europa 2015), prevê que a contribuição do setor para o PIB europeu aumentará de 500 mil milhões em 2014 para 600 mil milhões até 2020, os mercados por toda a Europa beneficiarão das melhorias em produtividade e eficiência trazidas pela adoção de novas tecnologias móveis, incluindo a comunicação M2M (máquina a máquina). Os investimentos existentes atualmente de operadoras de telecomunicações móveis em qualidade e cobertura das redes 4G por toda a Europa verão o 4G contabilizar por 60% das conexões móveis do continente até 2020, de acordo com o relatório, acima dos 20% atuais.
“As operadoras da Europa investiram pesadamente no 4G nos últimos anos, apesar das difíceis condições macroeconómicas e regulatórias e esperamos que os investimentos em implantações, capacidade e espectro do 4G sejam mantidos durante o resto da década”, disse em comunicado Alex Sinclair, diretor-geral e diretor de tecnologia da GSMA. “Assinantes de telecomunicações móveis na Europa estão a beneficiar agora das velocidades de download que excedem de longe a média mundial e a tirar proveito de vários novos serviços inovadores, possíveis graças às redes e dispositivos de última geração.”
Redes e serviços 4G promovem volumes de dados e a recuperação de receita
A Europa é uma região do setor móvel altamente desenvolvida, caracterizada pelas altas taxas de penetração dos assinantes. Deverão existir 430 milhões de assinantes móveis exclusivos na Europa até o final de 2015, representando 79% da população da região. Isso faz com que a Europa seja a região de mais alta penetração da telecomunicações móveis no mundo, quase dez pontos percentuais a mais do que a América do Norte. Consequentemente, há um espaço limitado para o crescimento futuro no número de assinantes: prevê-se que o número de assinantes exclusivos de telecomunicações móveis na Europa chegue a 450 milhões até 2020, representando 81% da população esperada da região até este ponto.
A migração para redes 4G está a ser incentivada pela expansão da cobertura 4G e crescente adoção de smartphones. A cobertura da rede 4G passou de 80% da população europeia no início de 2015 e tem previsão para ser superior a 95% até o final da década. A melhor cobertura, um maior número de dispositivos disponíveis em uma ampla variedade de faixas de preço, além do aumento do uso de serviços de streaming de música e vídeo, são alguns dos fatores que incentivam o aumento da adoção de dispositivos 4G. Prevê-se que os smartphones sejam responsáveis por 76% das conexões móveis da Europa até 2020, acima dos 60% deste ano.
A expansão da cobertura 4G e uma maior adoção de dispositivos com capacidade para 4G também estão a incentivar um uso maior dos dados móveis. De acordo com a Cisco, o uso médio de dados mensal para a Europa Ocidental deverá crescer de menos de 1 GB por mês em 2014 para cerca de 6 GB em 2019, uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 45%. Muitas operadoras europeias relatam que os clientes do 4G estão usando mais que o dobro da quantidade de dados que os usuários do 3G. De acordo com o relatório, a receita de serviços de dados móveis também está a ajudar a que muitas operadoras voltem ao crescimento das receitas de serviços, depois de períodos de crescimento negativo.
Os produtos e serviços móveis incentivam o crescimento económico e promovem a inovação por toda a Europa
Os 500 mil milhões de euros gerados no último ano pelo setor móvel na Europa foram equivalentes a 3,2% do PIB da região. O setor também sustentou direta e indiretamente 3,8 milhões de postos de trabalho e contribuiu com cerca de 84 mil milhões de euros para o financiamento público, sob a forma de diversos tipos de tributação. Além das contribuições fiscais, as operadoras móveis contribuem para o financiamento público através do pagamento de taxas do espectro. Em 2014, por exemplo, a atribuição de licenças do espectro em países como a Grécia, Hungria e Estónia gerou, aproximadamente, 700 milhões de euros no total para seus respectivos governos.
O setor móvel está ainda a promover a inovação digital europeia, especialmente em áreas como o comércio móvel, fabricação inteligente, casas inteligentes e saúde inteligente. As redes móveis também oferecem a plataforma para a oportunidade Internet das Coisas (IoT): o número de conexões M2M de telemóveis na Europa deverá crescer de 68 milhões este ano para 182 milhões em 2020, uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 22%. Há também um interesse crescente no uso do baixo consumo de energia, de soluções de LPWA (sigla em inglês para “Low Power Wide Area” – ou área ampla com baixo consumo de energia), que irão desempenhar um papel importante na conexão de uma variedade de dispositivos IoT.
Entretanto, um dos principais desafios para o setor de telecomunicações móveis da Europa é a sua capacidade de expandir por um continente que tem muitos ambientes regulatórios e jurídicos nacionais diferentes. A proposta da UE para criar um mercado único digital europeu visa reduzir essas barreiras à inovação e à utilização de serviços digitais e redes para incentivar o futuro crescimento económico.
“Transformar a Europa em uma economia digital líder mundial vai exigir uma extensa revisão regulatória que incentive o investimento em infraestrutura à prova de futuro e inclua a atual abordagem fragmentada em áreas como o espectro”, acrescentou Sinclair. “A criação de um mercado único digital constitui uma oportunidade excepcional para se construir uma nova estrutura regulamentar que ofereça suporte a uma nova era de participantes, serviços e modelos de negócios do setor digital, incentivados pela conectividade avançada de banda larga móvel.”
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