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Será o bio-hacking ainda ficção científica?

A Kaspersky Lab juntou-se à BioNyfiken para estudar quais as consequências de colocar implantes tecnológicos no corpo tendo como único propósito a simplificação da tarefas quotidianas e a crescente conexão com os dispositivos que nos rodeiam. O bio-hacking é uma realidade e é preciso avaliar os riscos.

Mais do que Internet das Coisas, a equipa das Kaspersky Lab fala em Internet de Nós, referindo-se a uma transformação na população que tem levado os seres humanos a tornarem-se quase em seres biónicos. Geralmente, devido a necessidades médicas, muitos são os cidadão que têm, no seu corpo, algum tipo de implante seja ele um pacemaker, bomba de insulina ou um aparelho de audição, e é esse tipo de componentes que são acrescentados à fisionomia que levantam, agora, preocupações relativamente à segurança tecnológica.

Os peritos de segurança da Kaspersky Lab juntaram-se à BioNyfiken, uma comunidade sueca de bio-hacking para tentar perceber quais são os reais riscos de ligar o nosso corpo à internet e que ultrapassam as eventuais complicações clínicas. De acordo com esta equipa, existem cada vez mais pessoas a integrarem implantes tecnológicos nos seus corpos sem que, para isso, haja uma necessidade médica.

Estes seres humanos melhorados, como são descritos pela Kaspersky, escolhem implantar pequenos objetos sob a sua pele com o intuito de tornar os movimentos mais inteligentes. Controlar fechaduras, fazer compras ou aceder a sistemas informáticos são apenas alguns exemplos que têm como base a comodidade do cidadão que passa a utilizador do seu próprio corpo.

Hannes Sjoblad, um dos fundadores da BioNyfiken, afirma que “esta tecnologia já é uma realidade” e que “estamos a ver uma crescente comunidade de pessoas que faz experiências com o implante de chips, que permitem aos utilizadores realizar de forma rápida e fácil uma variedade de tarefas quotidianas, como permitir o acesso a edifícios, desbloquear dispositivos pessoais sem códigos PIN e permitir o acesso de leitura aos diferentes tipos de dados armazenados”.

Sjoblad conclui, explicando que “a identificação com o tacto é natural, inata para os seres humanos. Os códigs PIN e as passwords, por seu turno, não são naturais”.

Surge, então, a preocupação com uma nova espécie de hacking, um tipo de ataque tecnológico desenvolvido a partir da premissa de que cada vez mais pessoas têm, em si, largas quantidades de dados que são passíveis de serem roubados, tal como se de um servidor online se tratasse. De acordo com a perspetiva da BioNyfiken, ter um implante inteligente subcutâneo é semelhante a ter uma tatuagem ou um colar com um pendente e que, por isso, a tendência dita que um número crescente de pessoas poderá decidir colocar um implante NFC tal como poderia decidir fazer uma tatuagem.

Estes implantes com chips NFC permitem a ligação entre o corpo humano e equipamentos para que informações sejam trocados entre eles, incluindo a possibilidade de dar ordens. Os chips Near Field Communication permitem uma comunicação de proximidade, tal como o nome indica, semelhante a tecnologias como WiFi ou Bluetooth mas com a particularidade de ser apenas necessário aproximar os dois campos em causa para a comunicação acontecer.

Patrick Mylund Nielsen, analista sénior de segurança da Kaspersky Lab, alerta para o problema criado pela indústria que parece mais preocupada com a rapidez com que consegue construir novos produtos, deixando de lado a segurança dos mesmos. Acrescenta que “embora as alterações ao corpo através da implantação de tecnologia tenham sido tema do campo da ficção científica durante muito tempo, essas histórias não abordam as suas implicações quotidianas: O que acontece quando as chaves privadas estão debaixo da nossa pele? Será que alguém se pode transformar numa cópia virtual de mim mesmo apertando a minha mão? Será possível alguém saber todos os meus passos onde quer que vá

Filipa Almeida

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