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2VG aposta no mercado russo e no crescimento da Virtualização

O segmento da virtualização tem crescido fortemente ao longo dos últimos anos, mas algumas empresas não estão ainda preparadas para alojar os seus negócios na esfera digital, disse o CEO Miguel Luz Pinto da empresa portuguesa 2VG, especializada neste ramo das TI. Em entrevista à B!T, o diretor executivo procurou mostrar de que forma Portugal insere-se no campo da virtualização, como enfrentará a 2VG o mercado russo, onde aterrou recentemente, e o que espera do futuro.

B!T: Como vê a 2VG o setor nacional da virtualização? Que investimentos podem ser feitos para fazê-lo crescer?

Miguel Luz Pinto: Acreditamos que há coisas que vieram para ficar no sector das Tecnologias de Informação e Comunicações, e de facto, a Virtualização é uma delas. Atualmente existem empresas que ainda não estão preparadas, outras ainda não deram o passo e outras já estão a beneficiar dos inúmeros benefícios que a Virtualização lhes trouxe. A Virtualização tem despertado o interesse de muitos C-Level’s, que olham para esta alternativa como algo que pode mudar o paradigma da computação empresarial e que consequentemente permite perceber melhor a importância que os dados têm para o negócio.

O mercado tem vindo a adaptar-se progressivamente, muito por via da necessidade de otimização e redução de custos que as soluções cloud oferecem, o que facilita a ultrapassagem da resistência à mudança instalada na nossa cultura. Quando se demonstra, através de casos práticos e emblemáticos da 2VG, essa clara redução de custos e aumento de produtividade, a nossa mensagem passa mais facilmente junto dos decisores.

Quando me pergunta que investimentos podem ser realizados, julgo que o primeiro investimento não é financeiro mas sim cultural; é necessário criar um alinhamento completo e transversal à Organização para que o negócio assente nos sistemas de informação.

O que pretende a 2VG alcançar com a recente expansão até à Rússia?

Tirando os dois centros onde se concentra o maior conhecimento Tecnológico (Moscovo e St. Petersburgo), o mercado é Enorme e com um potencial vastíssimo. Apesar de estarmos focados na região de St. Petersburgo, sentimos que existe uma maior abertura para explorar as alternativas à computação tradicional e os clientes começam a procurar optimizar as suas infraestruturas; o tema da redução de custos é global, os serviços públicos tendem a melhorar cada vez mais, contudo, ainda há um longo caminho a percorrer. É esse caminho que julgamos poder fazer em conjunto com os atuais parceiros locais. A estratégia de internacionalização da empresa e a nossa forte aposta na Rússia para 2015 acaba por ser um processo natural no decorrer da nossa atividade desde 2009 e pelos nossos contactos (com clientes e parceiros de negócio) ao longo dos últimos 5 anos.

Quais as principais áreas de investimento no novo mercado?

Vamos investir em duas áreas de especialização: primeiro, ao nível das infraestruturas com soluções globais de virtualização de sistemas, e depois, na segurança com a classificação e proteção de dados.

Que desafios vê a 2VG no setor russo? Como espera enfrentá-los?

O maior desafio é sem dúvida a barreira linguística. Contudo, quando pensámos na Rússia já sabíamos que esse seria o maior desafio, portanto foi algo que começámos desde logo a preparar antes de avançarmos. Hoje esse problema está resolvido, todavia é de salientar que já existem alguns profissionais com um bom nível de Inglês, o que acaba por facilitar a comunicação. Outro desafio importante e crucial é a confiança (e a sua conquista!), julgo que esse foi o maior desafio até hoje, que obviamente já foi ultrapassado.

Quais os principais parceiros tecnológicos com que a 2VG contará no mercado russo?

Neste momento contamos com as parcerias da VMware, Datacore, Watchful e EYEPLUG.

Falando dos mercados nacional e internacional, quais os planos para 2015? Qual será o maior foco de investimentos da 2VG?

Acompanhar as tendências para 2015 é capaz de ser uma boa estratégia! O maior foco a nível nacional será certamente ao nível da consolidação da oferta e inovação dos serviços, e internacionalmente, no reforço da equipa na Rússia e alinhamento de estratégias de negócio com os nossos parceiros locais.

Em termos de sectores de atividade e actuação da 2VG, a virtualização é transversal a qualquer sector de mercado e por esse motivo é normal estarmos presentes em praticamente todos eles. É preciso ser inovador e correr o risco que representa dar um salto significativo para novas plataformas que acabam por representar um retorno muito interessante, no que toca às PME’s e pequenas unidades, salvo casos pontuais, visto que muitas ainda estão relativamente atrasadas e constituem uma importante oportunidade de negócio.

Como parte integrante da estratégia para 2015 e após um balanço de 5 anos de atividade, a 2VG iniciou este ano com um forte investimento em ações de marketing e comunicação, através de um rebranding integral da sua imagem corporativa; pelo lançamento de novos materiais promocionais online e offline; pela criação de um novo site institucional com uma renovada linguagem, pela ativação e dinamização de redes sociais, e na aposta em futuros eventos e maior proximidade com entidades e associações representativas do sector.

A manutenção de alguns contratos no mercado nacional e sua alavancagem com novos; e igualmente, a aposta, conquista e formalização de contratos no mercado internacional, em especial, na Rússia, Moçambique e Médio Oriente, são alguns dos principais objectivos e grandes metas (ambiciosas!) a atingir em 2015 pela 2VG.

Visto que o fenómeno do Big Data parece não esmorecer (antes pelo contrário), como pode a 2VG ajudar as empresas a gerirem e a armazenarem os grandes volumes de dados? Como pode ajudá-las a poupar dinheiro, tendo em conta que a redução de despesas é essencial?

“Big data is a popular term used to describe the exponential growth and availability of data, both structured and unstructured.” 

[“O Big Data é um termo popular usado para descrever o exponencial crescimento e disponibilidade de dados, tanto estruturados como não estruturados”.]

A 2VG não vende storage, mas pode, através da realização de levantamento/auditoria, ajudar os clientes/parceiros a optar pela melhor solução de armazenamento e tecnologias que possam trazer vantagens no que diz respeito ao sucessivo crescimento da informação e acesso à mesma. Estamos a falar de capacitar a solução da arquitetura em camadas de diferentes tecnologias de discos, por exemplo, combinar discos SSD com SAS, reservando cada camada de acordo com a performance exigida, e optando por formas de armazenamento com thin provisioning e deduplicação que permitem numa primeira fase otimizar os recursos disponíveis.

Existe também um novo conjunto de tecnologias que vêm ajudar a endereçar este problema do rápido crescimento de dados, sem resposta aparente do suporte, onde os mesmos estão residentes; a necessidade de um novo filesystem mais eficiente era algo que se previa, e a 2VG procura igualmente implementar soluções que tirem partido do conceito “object based file system” que procura minimizar o problema do aumento da capacidade dos discos e limitação no acesso aos dados. No fundo, o que fazemos é criar uma solução que inclua novos conceitos que provem ser eficientes e que tragam a satisfação desejada.

A apresentação da solução ideal de acordo com as restrições é o que permite o uso eficiente e a acentuada redução das despesas.

Quais os setores de atividade onde se tem registado uma maior adesão a soluções de virtualização?

Pela seguinte ordem, destacamos a Banca, as Telecomunicações, as Energias e os Serviços.

O futuro das empresas passa pela virtualização dos negócios?

Sim, é requisito para as empresas que queiram fazer frente às necessidades do dia-a-dia que optem por soluções que ajudem o seu negócio a passar de algo estático e com dificuldade de crescimento, para algo que se pode renovar diariamente, de ultrapassar formas tradicionais de fazer negócio que tornam a internacionalização algo complexo e moroso; através da virtualização do negócio e aumento da largura de banda e cobertura podemos efetuar algumas das nossas tarefas diárias em qualquer parte do mundo.
Recentemente, a Google  apresentou uma intenção de se unir com firmas de Telecomunicações Asiáticas para passar fibra ótica  desde os Estados Unidos da América para o Japão, claramente, este é um indicador que estas comunicações a larga escala associadas ao uso de tecnologias inovadoras permitem virtualizar o negócio permitindo a rápida interação com outros mercados, dando origem a um possível crescimento do mesmo.
Com a rápida mutação das tecnologias e mentalidades, os agentes económicos procuram algo que lhes minimize a falta de tempo, muitos procuram produtos que não existem no mercado onde residem, mas facilmente através da internet conseguem obtê-lo, e exponentes máximo desta realidade são o Ebay e Amazon, isto apenas para referenciar alguns exemplos mundialmente conhecidos.

A perceção da Virtualização é já uma realidade e a implementação efetiva tem sido maior nos últimos anos, mas ainda existem muitas empresas que demoram a dar o primeiro passo, pelo que o mercado, quer a nível nacional, quer internacional, é muito vasto e constitui forte janela de oportunidade de elevado potencial de crescimento.

Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

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