“É nos momentos de grande crise e de grande dificuldade que as soluções mais criativas surgem, até por necessidade de sobrevivência das próprias instituições, sejam elas empresas ou o próprio tecido científico”, disse Leonor Parreira, que falava à agência Lusa à margem do arranque do 1.º Fórum de Investigação Científica do Instituto Politécnico do Porto.
“Não há nada como uma crise forte para soluções criativas”, acrescentou.
Leonor Parreira disse que a responsabilidade por uma maior aproximação das empresas à investigação é “mútua”, mas também não descartou as responsabilidades do Estado nesta matéria.
Sublinhou, a propósito, o “sério” esforço conjunto que os ministérios da Educação e da Economia estão a fazer “para que os instrumentos que possam facilitar e o incentivar essa mesma transferência de conhecimento tenham lugar”.
“Não é um processo que se faça de um momento para o outro, mas há uma vontade muito grande dos dois ministérios para resolver esse hiato”, destacou.
Leonor Parreira, assinalou que Portugal registou, nos últimos 10 a 15 anos “um progresso inequívoco” nos indicadores quantitativos da produção de conhecimento científico, embora ainda não tenha atingido a média europeia nos indicadores qualitativos.
Ainda assim, o país tem uma comunidade de tecnólogos “muito competitiva” do ponto de vista internacional, observou a secretária de Estado, para concluir que “o problema não está seguramente nos recursos e nos jovens que o país foi preparando”.
Dirigindo-se aos empresários portugueses, Leonor Parreira advertiu que se ignorarem o trabalho de inovação feito no país, serão os seus concorrentes estrangeiros a fazê-lo pelo que, em última instância, o problema que se põe “é o própria competitividade das nossas empresas”.
“Mas a necessidade vai aguçar o engenho, estou convencida de que sim”, frisou.
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